terça-feira, 21 de abril de 2015

Alunos apresentam um blog à disciplina de Tecnologias na Formação Profissional, do curso de Biomedicina da Universidade Potiguar (Escola da Saúde), como requisito necessário à obtenção da primeira nota da segunda unidade, sob a orientação das professoras Rosângela Lopes Dias e Lidiane Lyra de Almeida.


Os alunos da turma “1MB”, do curso de Biomedicina, estão produzindo um blog como uma atividade da segunda unidade da disciplina de Tecnologias na formação profissional.  A ideia é que os estudantes utilizem as ferramentas tecnológicas para disseminar informações relacionadas ao seu respectivo curso, promovendo a ciência e aplicando os conhecimentos técnicos ensinados na sala de aula.
Segundo os alunos, as tecnologias digitais de informação e comunicação têm proporcionado novas possibilidades aos alunos, que buscam cada vez mais, se tornar um profissional dinâmico e preocupado em proporcionar uma melhor qualidade de vida à população.

Os alunos responsáveis pelo blog: “Biomedicina em foco” são:

José Lucas Andrade

Liliane Gomes de Oliveira

Maria Madalena Martins de Lemos
Conheça as diferentes habilitações do BIOMÉDICO



Vídeo produzido pelo site “Biomedicina Padrão”.

Estudo acha 15 novas mutações que aumentam risco de câncer de mama
Pesquisa envolveu a análise do DNA de 120 mil mulheres. Descoberta pode ajudar a criar novos testes para avaliar risco de câncer.



Cientistas britânicos identificaram 15 novas regiões do DNA cuja mutação aumenta o risco de desenvolver câncer de mama, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (9) pela revista "Nature Genetics". A pesquisa eleva a 90 a quantidade de "hot-spots" (pontos quentes) do DNA humano nos quais a variação do código genético está ligada ao desenvolvimento da doença.
Para elaborar o estudo, foram analisados os materiais genéticos de mais de 120 mil mulheres descendentes de europeus, algumas das quais desenvolveram a doença e outras não.
Os dados recolhidos permitiram identificar 15 novos polimorfismos de nucleótido simples (SNP, em inglês) - variações de uma só base do DNA-, que disparam o risco de desenvolver esse tipo de câncer. "Estamos nos aproximando de um momento no qual podemos começar a estabelecer qual é o risco herdado de uma mulher de desenvolver câncer de mama a partir de testes para diversas variações genéticas", disse Montserrat García-Closas, professora do Institute of Câncer Research e co-autora do estudo.
A pesquisadora ressaltou que o achado pode facilitar o desenvolvimento de novos testes para avaliar o risco de desenvolver câncer, ao acrescentar uma nova categoria de marcadores sobre os quais fazer os testes. "Cada um desses marcadores individuais tem um pequeno efeito sobre o risco de desenvolver a doença, mas combinando a informação de muitos deles poderíamos identificar com precisão quais mulheres podem desenvolver câncer de mama e implementar estratégias para preveni-lo", disse García-Closas.
O professor da Universidade de Cambridge Doug Easton, que liderou a investigação, afirmou que a descoberta "é um novo passo adiante para montar o quebra-cabeça do câncer de mama". "Apresenta informações sobre como e por que o risco de desenvolvê-lo pode ser herdado. Os marcadores genéticos que encontramos podem nos ajudar a tomar medidas preventivas nas mulheres que mais necessitam", afirmou Easton.

Fonte: G1.com

Disponível em: < http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/03/estudo-acha-15-novas-mutacoes-que-aumentam-risco-de-cancer-de-mama.html>. Acesso em 20 de abril de 2015.

INCOMPATIBILIDADE SANGUÍNEA


O agente Rh é uma proteína sanguínea que pode ou não estar presente no sangue humano. No primeiro caso, diz-se que a pessoa possui Rh (Rh positivo); no outro, Rh – (Rh negativo).
Eritroblastose fetal é uma doença hemolítica causada pela incompatibilidade do sistema Rh do sangue materno e fetal. Ela se manifesta, quando há incompatibilidade sanguínea referente ao Rh entre mãe e feto, ou seja, quando o fator Rh da mãe é negativo e o do feto, positivo. Quando isso acontece, durante a gestação, a mulher produz anticorpos anti-Rh para tentar destruir o agente Rh do feto, considerado “intruso”.
Uma vez produzidos, esses anticorpos permanecem na circulação da mãe. Caso ela volte a engravidar de um bebê com Rh positivo, os anticorpos produzidos na gravidez anterior destroem as hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) do feto. Para compensar essa perda, são fabricadas mais hemácias, que chegam imaturas ao sangue e recebem o nome de eritroblastos.
O primeiro filho, portanto, apresenta menos risco de desenvolver a doença do que os seguintes, porque a mãe Rh- ainda não foi sensibilizada pelos anticorpos anti-Rh. No entanto, na falta de tratamento, esses anticorpos produzidos na primeira gestação podem destruir as hemácias do sangue dos próximos fetos Rh .

Sintomas
A doença hemolítica por incompatibilidade de Rh varia de leve à grave. Os sintomas vão desde anemia e icterícia leves à deficiência mental, surdez, paralisia cerebral, edema generalizado, fígado e baço aumentados, icterícia, anemia graves e morte durante a gestação ou após o parto.
Recém-nascido portador da enfermidade tem uma cor amarelada, porque a hemoglobina das hemácias destruídas é convertida em bilirrubina pelo fígado e seu acúmulo provoca um quadro de icterícia na criança.

Diagnóstico
A pesquisa de anticorpos anti-Rh por meio do teste de Coombs indireto é o principal exame a ser realizado durante o pré-natal de mãe com Rh negativo cujo parceiro é Rh positivo, ou que tenha recebido uma transfusão de sangue inadequado. Esse exame deve ser repetido mensalmente para verificar a existência de anticorpos anti-Rh.
Em caso positivo, a mulher precisa tomar uma dose de 300 mg de gamaglobulina anti-Rh, um concentrado de anticorpos que combate os antígenos Rh. A aplicação deve ser feita por via intramuscular após 72 horas do parto do primeiro filho, após aborto espontâneo ou induzido ou gravidez ectópica.
Como os anticorpos da imunoglobulina destroem as células Rh positivas do feto, a mãe não produzirá anticorpos anti-Rh. Desse modo, na gestação seguinte, o feto não desenvolverá eritroblastose. Administrar outra dose de imunoglobulina na 28ª semana de gestação pode representar uma medida adicional de segurança.

Tratamento e prevenção
A prevenção é o melhor tratamento para a doença hemolítica por incompatibilidade de RH e deve começar antes mesmo de a mulher engravidar. No entanto, se o bebê nascer com a doença, a primeira medida terapêutica é substituir seu sangue por meio de transfusão de sangue negativo, que não será destruído pelos anticorpos anti-Rh da mãe que passaram ao filho através da placenta. Como vivem cerca de três meses, as hemácias transferidas serão substituídas aos poucos pelas do bebê cujo fator Rh é positivo. Quando isso ocorrer por completo, não haverá mais anticorpos anti-Rh da mãe na circulação do filho.

Recomendações
Toda mulher deve saber qual seu fator Rh e o do seu parceiro antes de engravidar. Tão logo seja confirmada a gravidez, mulher Rh negativo com parceiro Rh positivo, deve realizar o exame de Coombs indireto. Este exame tem a função de detectar a presença de anticorpos anti-Rh no sangue. Após 72 horas do parto do primeiro filho, nos casos de incompatibilidade sanguínea por fator RH, a mulher deve tomar gamaglobulina injetável para que os anticorpos anti-Rh sejam destruídos. Desse modo, os anticorpos presentes em seu sangue não destruirão o sangue do próximo filho.
Fonte: Dr. Dráuzio Varela
Referência: <http://drauziovarella.com.br>.  Acesso em 20 de Abril de 2015.

Organização Mundial da Saúde (OMS) divulga relatório de resistência bacteriana




A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em maio de 2014 o primeiro relatório global sobre a resistência bacteriana - Global Strategy for Containment of Antimicrobial Resistance. Segundo conclusão da OMS a resistência a antibióticos é uma "ameaça global" à saúde pública.
A análise de dados de 114 países sinalizou a situação alarmante frente a resistência bacteriana em todas as regiões do mundo. “Estamos no rumo da ‘era pós-antibiótico’, em que pessoas morrem de infecções simples que são tratáveis há décadas”, concluiu Keiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS para Segurança da Saúde, na introdução do relatório.Bactérias normalmente sofrem mutações até se tornarem imunes a antibióticos, entretanto, o uso rotineiro de antibióticos na criação de animais e, principalmente, o mal uso desses medicamentos - como prescrição desnecessária por médicos ou suspensão de tratamento por pacientes - faz com que isso ocorra mais rápido, ressalva o relatório.

Medidas Emergenciais

No relatório, a OMS releva a proximidade de consequências "devastadoras" desde que sejam tomadas medidas emergencialmente. Pontua grupos de antibióticos-chaves que não funcionam em mais da metade dos pacientes, em diversos países; reuni informações sobre nove bactérias particularmente problemáticas, e aponta pelo menos um dos microrganismos e antibióticos utilizados para tratá-las.
Antibióticos como os carbapenêmicos usados para tratar infecções causadas pela Klebsiella pneumoniae, uma bactéria intestinal comum que pode causar infecções gravíssimas, ou até fatais, em recém-nascidos e pacientes que se encontram em unidade de terapia intensiva, em alguns países já não funcionam em mais de 50% dos pacientes.
As fluoroquinolonas, indicadas para tratar infecções do trato urinário, também são ineficazes em mais da metade das pessoas afetadas em muitas partes do mundo. Esforços para limitar a propagação da tuberculose multirresistente, da malária e do HIV também estão sob ameaça devido à crescente resistência bacteriana.
A resistência a antibióticos está colocando pacientes em risco tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, à medida que bactérias responsáveis por diversas infecções perigosas desenvolvem resistência às substâncias que costumavam combatê-las.
Embora o desenvolvimento de resistência seja esperado ao longo do tempo, o uso excessivo de antibióticos acelerou esse processo, ao exercer uma pressão seletiva adicional, salientou o relatório, elaborado por uma extensa equipe de especialistas da OMS. O problema é que existem poucas opções para substituir os remédios que se tornaram ineficientes: a última classe inteiramente nova de medicamentos antibacterianos foi descoberta a 27 anos, de acordo com a avaliação dos pesquisadores.


Ações Globais

Para lidar com o problema, a OMS pede ações globais coordenadas em uma escala igual às que as nações do mundo estão tomando para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas. O relatório recomenda uma abordagem de múltiplas frentes. De acordo com a Organização, em muitos casos testes de diagnósticos disponíveis já podem ser usados para ajudar a identificar as bactérias que provocaram uma infecção, permitindo que médicos optem por tratamentos com medicamentos mais específicos (direcionados), em vez de recorrer a remédios de amplo espectro, que agravam a resistência. O problema é que como esses testes são demorados, os médicos que receitam uma terapia muitas vezes abrem mão deles, preferindo o caminho mais curto das drogas de amplo espectro.
Portanto, o desenvolvimento de testes mais rápidos é fundamental, conclui o relatório. A OMS também propõe um foco renovado, e métodos padronizados, para rastrear cepas resistentes em todo o mundo. Atualmente, não há um consenso global quanto à metodologia e coleta de dados nessa área.
Além disso, existem soluções cotidianas essenciais que comunidades e profissionais da saúde deveriam adotar, como as melhores práticas de prevenção de infecções como a higiene das mãos com mais frequência e vacinação das populações contra certas doenças para reduzir a necessidade de antibióticos. Os pacientes também têm um papel de vital importância ao usarem antibióticos somente quando forem receitados, observou a Organização. “A dimensão disso é aterrorizadora. Esse é um problema massivo de saúde pública que está apenas começando a borbulhar para a superfície”, declara Brad Spellberg, professor associado de medicina do Instituto Los Angeles de Pesquisa Biomédica em Harbor – Centro Médico da U.C.L.A (Universidade da Califórnia em Los Angeles). À medida que o uso global de medicamentos de último recurso aumenta, a resistência a eles também acelera, agravando a crise.
“Já estamos observando isso”, admite Stuart Levy, diretor do Centro de Adaptação Genética e Resistência a medicamentos da Tufts University School of Medicine, que ajudou na elaboração do relatório da OMS. “Em Uganda, tivemos um pneumococo multirresistente que estava sendo tratado com medicamentos recomendados para doenças respiratórias, mas as bactérias já eram 90% resistentes”. Nesse cenário, não havia remédios alternativos prontamente disponíveis.
Uso racional de antibióticos

O relatório também identificou que um tratamento usado como último recurso para combater a gonorreia, infecção transmitida sexualmente e que pode levar à infertilidade, "havia falhado" no Reino Unido, na Áustria, na Austrália, no Canadá, na França, no Japão, na Noruega, na África do Sul, na Eslovênia e na Suécia. Mais de um milhão de pessoas no mundo contraem gonorreia diariamente, segundo a OMS.
"Nós encontramos taxas altíssimas de resistência a antibióticos em nossas operações de campo", diz a Jennifer Cohn, diretora médica da organização Médicos Sem Fronteiras, para quem o relatório da OMS deve servir como um alerta. Cohn acrescenta que um plano de ação global deve ser criado para o "uso racional de antibióticos" e para que "medicamentos de qualidade cheguem a quem precisa deles, mas sem serem usados em demasia ou vendidos a um preço que os tornem inviáveis".

Nigel Brown, presidente da Sociedade de Microbiologia Geral do Reino Unido, diz ser vital que microbiólogos e outros pesquisadores trabalhem juntos para desenvolver novas abordagens para lidar com essa resistência de bactérias. "Isso inclui novos antibióticos, mas também estudos que levem à criação de formas mais ágeis de diagnóstico, que ajudem a entenderem como os micróbios se tornam resistentes a medicamentos e sobre como o comportamento humano influencia essa resistência.

Fonte: Relatório da OMS sobre resistência antimicrobiana. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/112642/1/9789241564748_eng.pdf?ua=1>. Acesso em 21 de abril de 2015.

Leucocitose com presença de blastos


A Leucocitose é definida como um aumento na quantidade de leucócitos na circulação sanguínea. É um achado comum em uma grande variedade de doenças, benignas e malignas. A análise cuidadosa da contagem global e das características morfológicas são muito importantes para guiar um melhor diagnóstico e acompanhamento médico.
Presença de blastos
O principal diferencial numa lâmina com blastos é leucemia aguda, mas outras condições podem ser associadas com blastos circulantes. A presença de mais de 20% de blastos no sangue periférico é diagnóstico de leucemia aguda, porém uma baixa contagem de blastos não a exclui. O primeiro passo na análise é examinar as características específicas das linhagens dos blastos, ou seja, se são de origem mieloide ou linfoide.

Linfoblastos



Linfoblastos apresentam uma gama de aparências, desde pequenos e médios com citoplasma escasso e cromatina condensada, a grandes com citoplasma abundante, moderadamente azul ou azul acinzentado e cromatina frouxa com nucléolos proeminentes. O núcleo pode ser redondo e regular ou convoluto e irregular. Pode haver vacúolos citoplasmáticos, e raramente, grânulos.

Mieloblastos



Mieloblastos tendem a ser maiores, com citoplasma abundante. Se tiverem diferenciação mínima, podem ser similares aos linfoblastos. A presença de bastões de Auer e grânulos citoplasmáticos sugerem fortemente uma diferenciação mieloide. A leucemia promielocítica aguda com translocação t(15;17) é associada com células hipergranulares e


Bastões de Auer.


Uma contagem baixa de blastos pode ser encontrada em neoplasias mieloides crônicas, como síndromes mielodisplásicas, neoplasias mieloproliferativas e a sobreposição das duas.
Danos à medula óssea ou infiltração por fibrose, infecção e metástases podem ser associadas com células circulantes imaturas, incluindo blastos e eritroblastos (leucoeritroblastose).
Vale ressaltar que há considerável sobreposição de morfologias entre linfoblastos e mieloblastos, e que somente a morfologia pode não ser definitiva, sendo necessários exames mais complexos, como a imunofenotipagem e biologia molecular, para um diagnóstico preciso.

D. S. CHABOT-RICHARDS, T. I. GEORGE. Leukocytosis. Int. Jnl. Lab. Hem.2014, 36, 279–288

O que você precisa saber sobre ANEMIA FALCIFORME


Introdução

Doença de caráter genético, descrita pela primeira vez em 1910 por Herrick, frequente, mas não exclusiva, em indivíduos de origem africana, é originada por uma mutação no cromossomo 11 que resulta na substituição de um ácido glutâmico pela valina na posição 6 da extremidade N-terminal na cadeia ß da globina, dando origem à hemoglobina S. Os eritrócitos cujo conteúdo predominante é a hemoglobina S assumem, em condições de hipóxia, forma semelhante à de uma foice – daí o nome falciforme -, decorrente da polimerização da hemoglobina S3,4.
A anemia falciforme também e conhecida, ou chamada de drepanocitose ou siclemia, é uma doença hematológica (do sangue) hereditária (genética) que causa destruição crônica das células vermelhas do sangue, episódios de intensa dor, susceptibilidade às infecções, lesões orgânicas e, em alguns casos, à morte precoce. As hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) têm em sua composição uma proteína chamada hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões até os tecidos.
Pessoas com anemia falciforme herdaram genes para um tipo de hemoglobina (hemoglobina S). Este tipo de hemoglobina, quando submetida a quantidades baixas de oxigênio, se “cristaliza” e se deforma, tornando a hemácia rígida e com uma aparência de foice (daí o nome falciforme). As hemácias com o formato de foice não conseguem atravessar os vasos sanguíneos do corpo com facilidade. Ao contrário, elas entopem os vasos sanguíneos, bloqueiam o fluxo de sangue, e diminuem o suprimento de oxigênio aos tecidos e órgãos.
Esta falta de oxigênio pode danificar os órgãos e membros do corpo, causando dor intensa em qualquer área afetada. Além disso, como as hemácias em foice têm uma duração menor (só 10 a 20 dias na circulação sangüínea), comparada com o período de vida de uma hemácia normal (120 dias), a anemia falciforme causa anemia crônica – níveis anormalmente baixos de hemácias. (2)
A hemoglobina, encarregada do transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos periféricos, é uma proteína responsável pela pigmentação vermelha do sangue e compõe-se de quatro subunidades ou cadeias (duas cadeias alfa e duas cadeias beta) e um agrupamento não protéico denominado “heme”. A troca de um aminoácido, na cadeia beta, altera as propriedades químicas da hemoglobina, que passa a ser conhecida como hemoglobulina S (Hb S). Quando desoxigenada, a Hb S polimeriza e forma longos bastonetes que alteram a forma das hemácias de bicôncavas para falciformes (em formato de foice).
As hemácias falciformes são inflexíveis. Sua forma estranha e sua rigidez celular causam viscosidade sangüínea aumentada, estase e obstrução mecânica das pequenas artérias e capilares. O sangue não consegue circular facilmente através dos vasos sangüíneos de pequeno calibre, por isso diminui significativamente o suprimento de oxigênio para tecidos e órgãos.
Em situação normal, as hemácias têm vida média de 120 dias. Ora, os glóbulos vermelhos alterados só permanecem de 10 a 20 dias no sistema sangüíneo. O resultado é um quadro de anemia classificada como hemolítica (= anemia causada pela destruição excessiva de eritrócitos), que debilita o paciente. Este, em geral, mantém níveis de hemoglobina em torno de 7 a 9 gramas por decilitro.
Fenômeno da falcização e suas consequências

Para descrever o fenômeno da falcização e as conseqüências advindas das células falcizadas é necessário recorrer ao eritrócito normal como parâmetro de comparação. O processo evolutivo que resultou na formação do eritrócito como célula especializada no transporte de gases, fez com que esta célula se tornasse discóide, bicôncava e flexível para realizar com eficiência as trocas gasosas e a permeabilidade de água e compostos iônicos. As milhões de moléculas de hemoglobinas contidas no interior de cada eritrócito normal se dispõem individualizadas e, portanto, solubilizadas no líquido intraeritrocitário. Todos esses fatores mantêm a estrutura celular, e em especial a membrana citoplasmática, saudáveis durante cerca de 120 dias.
Nos genótipos que causam a doença falciforme, e notadamente na anemia falciforme (Hb SS), as células falciformes tem suas origens determinadas na fase inicial da eritropoiese quando os proeritroblastos doentes tem em sua composição genética a lesão no gene da globina beta do cromossomo 11 (b6 Glu ® Val), sintetizando a Hb S. Portanto, durante toda a transformação e evolução das diferentes fases dos eritroblastos, as moléculas de Hb S são sintetizadas gradualmente e se ocupam do espaço intraeritrocitário. Conclui-se, assim, que as lesões dos eritrócitos falciformes têm início nas primeiras fases da sua formação, e esse fato pode ser constatado pela presença de alguns eritroblastos falcizados em sangue coletado por punção de medula óssea. Todo esse processo que ocorre de forma gradual e cumulativa causa múltiplas alterações nas moléculas de Hb S, com disfunções celulares motivadas por alterações morfológicas e funcionais desses eritrócitos, reduzindo drasticamente seu tempo de vida média para 7 a 25 dias .
Embora todos os eventos que causam a falcização nos eritrócitos contendo moléculas de Hb S com concentrações acima de 50% ocorram concomitantemente, para fins didáticos eles serão expostos em três níveis: molecular, celular e circulatório.
Nas hemácias dos pacientes com Anemia Falciforme 90% das hemoglobinas são hemoglobinas S. Quando as moléculas da hemoglobina S deixam os pulmões carreando o oxigênio, elas são enviadas ao acaso, como a hemoglobina A, mas assim que o oxigênio é liberado por essas hemácias com hemoglobina S, suas moléculas se agrupam, tomando uma forma gelatinosa, formando filamentos que alongam e distorcem a membrana da hemácia dando a ela uma forma irregular e afoiçada. Quando a célula retorna ao pulmão e recebe novamente o oxigênio a célula se torna redonda de novo, porém após sucessivos afoiçamentos as células podem permanecer afoiçada não mais voltando à forma arredondada. As células afoiçadas são endurecidas e se quebram facilmente. Elas vivem metade do tempo que uma célula normal vive.
Sua forma irregular leva a uma dificuldade para elas passarem pela rede sangüínea deslizando, e como resultado muitos pacientes sentem dores, cansaço e falta de apetite. Algumas vezes as células afoiçadas bloqueiam o fluxo de sangue aos tecidos e órgãos. Isto é chamado de crises falcêmicas e levam a dor. A dor pode ser tão intensa que leva o paciente a ficar internado.
Quando isso ocorre nos braços causa dor nos braços. Quando o bloqueio ocorre em um órgão como o cérebro ou pulmão, pode levar a lesões nesses órgãos. Devido a presença de vasos sangüíneos em todas as partes do corpo as lesões podem acontecer em qualquer local.
Diferentes situações podem levar as células com hemoglobina S a se afoiçarem. As mais comuns são: infecção, febre, exposição a temperaturas muito baixas ou muitos altas no ambiente e desidratação. Evitando-se sempre que possível estas situações a pessoa com doença falciforme pode reduzir o risco de afoiçamento de hemácias.
Manifestações clínicas da doença falciforme – Sinais e sintomas

Vaso-oclusão, necrose avascular da medula óssea (crises álgicas/síndrome mão pé/necrose da cabeça do fêmur), filtração esplênica alterada (aumento do risco de infecções por germes encapsulados), fibrose esplênica progressiva, osteomielite, síndrome torácica aguda, vasculopatia cutânea (úlceras crônicas), priapismo: ereção dolorosa e súbita do pênis causada pela baixa tensão de oxigênio, pela estase (diminuição da velocidade sanguínea) e pelo inchaço do pênis; o que cria condições para a trombose e a oclusão vascular, podendo deixar seqüelas orgânicas e causar impotência,  retinopatias proliferativas, acidente vascular encefálico, acometimento renal (tubulopatia/insuficiência renal crônica), seqüestro de glóbulos vermelhos (agudo ou crônico), crescimento e desenvolvimento puberal atrasados, hemólise, anemia (Hb entre 6 e 9 g/100 ml), hiperbilirrubinemia, icterícia e pigmento biliar, expansão da medula óssea, crise de aplasia induzida pelo parvovírus humano B19.(1) (2)
Crises falcêmicas: surtos de dor que ocorrem quando as hemácias falcêmicas entopem os vasos sanguíneos, interrompem o suprimento de oxigênio para as células daquele órgão, causando micro-enfartos, sintomas de anemia, incluindo cansaço, falta de ar, com a pele e as unhas pálidas,dores articulares que variam de leve a lancinante, icterícia (a pele e a parte branca dos olhos tornam-se amareladas), colelitíase: como conseqüência do aumento na produção de bilirrubina (fruto da destruição das hemácias), 30% a 60% dos pacientes com doença falciforme desenvolve cálculos de vesícula biliar. (2)
Diagnóstico

O diagnóstico laboratorial da anemia falciforme é feito através de eletroforese de hemoglobina, focalização isoelétrica ou cromatografia líquida de alta performance (HPLC).
Também pode-se realizar o diagnóstico durante a gestação, no pré-natal entre a 10ª a 12ª semana de gestação onde As cadeias ß globínicas são detectáveis em fase precoce da vida fetal, além do  teste do pezinho nas primeiras 24 horas de vida de um recém-nascido.(1)
Tratamento

Até o momento, não existem medicamentos que tratem eficientemente a anemia falciforme. Os tratamentos disponíveis, hoje, têm como objetivo acompanhar as condições do paciente, prevenindo complicações e diminuindo as lesões dos órgãos-alvo da doença. Episódios dolorosos podem ser tratados com analgésicos, líquidos e oxigênio. Suplementação diária de ácido fólico e início precoce de antibióticos, quando há febre, têm sido condutas comuns. Resultados satisfatórios têm sido obtidos com a administração de hidroxiuréia, um agente quimioterápico utilizado no tratamento de alguns tumores. (3)
Outras medidas que podem ser tomadas como fatores de auxilio ao tratamento e prevenção são: tratamento das infecções que são as causas mais freqüentes desencadeantes das crises de falcização. administração de ácido fólico, pois esse nutriente é muito consumido devido à hiperatividade da medula óssea. O tratamento visa assegurar que ele esteja disponível o suficiente para fabricar novas hemácias.
Uso de remédios que diminuem a viscosidade sanguínea, líquidos para a hidratação do paciente, oxigênio e medicamentos antiinflamatórios durante os episódios de crise dolorosa, transfusões de sangue para tratar a anemia e prevenir derrame cerebral, a Hidroxiuréia (Hydrea ®) em adultos parece reduzir a necessidade de transfusões de sangue, diminuindo a freqüência de síndrome torácica aguda e as crises dolorosas.
O tratamento profilático visa evitar situações que possam propiciar as crises de falcização e inclui: profilaxia das infecções, principalmente respiratórias (ao menor sinal de resfriado comum). É feita através da vacinação contra a pneumonia pneumocócica, o Haemophilus Influenzae, a hepatite e a gripe, evitar desidratação, tomar ácido fólico diariamente, evitar situações de stress e atividade física excessiva, evitar queda da pressão arterial (hipotensão), seja por desidratação como por sangramento, evitar transfusões desnecessárias que possam aumentar a viscosidade sanguínea, exames com oftalmologista de rotina para descobrir precocemente anormalidades que podem ser tratadas com a coagulação a laser e outros tipos de cirurgia ocular para prevenir a perda da visão, educação do paciente e da família, prevenir o alcoolismo.
Para algumas crianças com anemia falciforme, o transplante de medula óssea pode curar a doença. Porém, este é um tratamento de alto risco, principalmente usado naqueles com sintomas mais graves.
Fonte: Portal Fisioterapia e Biomedicina
Bibliografia:
1.      http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5/v80n5a04.pdf – acessado em 03 de maio de 2.009
2.      http://www.policlin.com.br/drpoli/103/ – acessado em 03 de maio de 2.009
3.      http://www.lincx.com.br/lincx/saude_a_z/outras_doencas/anemia_falciforme.asp – acessado em 03 de maio de 2.009
4.      http://www.scinfo.org/Brazilppt/BrazilPatientInfo.htm – acessado em 03 de maio de 2.009

5.      http://www.hemoglobinopatias.com.br/d-falciforme/fisio-falci.htm – acessado em 03 de maio de 2.009

Tratamento da AIDS


O acesso gratuito aos antirretrovirais por pessoas portadoras da doença são garantidos por lei desde 1996. Os medicamentos são distribuídos em diversas unidades de saúde, sempre sob acompanhamento profissional.
Estes medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imunológico, porém não cura.  É importante seguir o tratamento para diminuir a carga viral, aumentando o tempo de vida, e também para diminuir o risco de desenvolver as doenças relacionadas à AIDS (doenças oportunistas).
O tratamento da AIDS deve ser iniciado imediatamente nas pacientes grávidas ou quando o indivíduo apresentar resultado positivo no exame de sangue:
·                     Carga viral for maior que 100.000/ml
·                     Taxa de CD4 for menor que 500 mm³ de sangue
Se o tratamento antirretroviral for iniciado quando o paciente encontra-se numa fase mais avançada da doença é possível que haja uma inflamação chamada Síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIR).
    O tratamento é fornecido pelo SUS, onde o indivíduo recebe os medicamentos necessários e tem acesso ao teste de HIV, que deve ser realizado cerca de 3 vezes ao ano, para o controle da doença.
Os sintomas são mais comuns no início do tratamento e tendem a desaparecer com o passar do tempo. Pode ocasionar enjôos, vômitos, mal estar, perda de apetite, dor de cabeça, perda de peso, alterações na pele dentre outros.
O coquetel deve ser tomado sempre na dose certa e na hora certa todos os dias para evitar que o vírus fique ainda mais resistente, facilitando o surgimento de outras doenças. Durante o período de tratamento da AIDS pode haver um comprometimento nos rins, no fígado e nos ossos e por isso o médico deve acompanhar para controlar essas alterações.
Após a primeira semana de tratamento o paciente deve voltar ao médico para verificar as reações aos medicamentos, e em seguida iniciará um controle mensal para acompanhamento da doença. Desse modo, quando a doença se estabilizar, o paciente deverá voltar ao médico de seis em seis meses, realizando exames semestralmente ou anualmente, dependendo da resposta do tratamento.                                                                                                                                                                      
Liliane Gomes de Oliveira

AIDS: a prevenção é a solução


O vírus HIV pode ser transmitido através da relação sexual com penetração, sem o uso do preservativo. Dessa forma, ele pode ser transmitido tanto por uma relação heterossexual, quanto homossexual. A prevenção caracteriza-se pelo uso correto do preservativo, ou camisinha, no ato da relação sexual.
Além da relação sexual desprotegida, o vírus pode ser transmitido por meio da transfusão de sangue contaminado com HIV, como também por meio do uso de seringas e agulhas compartilhadas e contaminadas com o vírus HIV. Pois, muitas pessoas compartilham esses materiais para aplicar drogas injetáveis.
Outra forma de contágio é através da transmissão vertical, no qual a mãe soropositivo pode passar o vírus para o bebê durante a gravidez, no parto ou através da amamentação. Algumas doenças sexualmente transmissíveis podem ser tratadas e curadas, porém outras não. Essa é uma das razões pela qual é vital o uso de preservativos na relação sexual. Em suma, o vírus HIV pode ser transmitido através de alguns fluidos corporais como esperma, secreção vaginal, secreção do canal da uretra e leite materno.
Diante disso, existe a necessidade de se usar a camisinha - ou um preservativo de poliuretano em caso de alergia ao látex. Deve-se usá-la corretamente cada vez que tiver relação sexual, seja o sexo vaginal, oral ou anal. É importante o uso da camisinha corretamente sempre que existir relações sexuais. É válido salientar também, que qualquer outro anticoncepcional não preserva o homem ou a mulher de contrair o vírus HIV ou qualquer outra DST’s (Doença Sexualmente Transmissível).
Os preservativos masculinos e femininos são contraceptivos de barreira considerados como a forma mais segura e eficaz de proteção contra as DST’S. Contudo, quando não usado corretamente, estes não são 100% seguros. Porém, quando usados de maneira certa os preservativos garantem a segurança do casal.
A falta de orientações relacionadas à AIDS, juntamente com o medo de contrair o vírus causador da doença, geram dúvidas que, por sua vez, possuem o poder de criar na população o sentimento de medo de contrair o vírus HIV. Dessa forma, atitudes preconceituosas são geradas por meio da falta de informações.

Nessa instância, as pessoas necessitam aprender que não se pega o vírus HIV por meio do contato com saliva, suor, espirro ou urina de outra pessoa. Como também, a pessoa infectada pode beijar outra pessoa sem risco algum. Pode também usar o mesmo vazo sanitário, piscina, compartilhar toalhas, sabonetes e lençóis. Diante disso, devemos abusar da solidariedade e da gentileza com as pessoas soropositivas. Pois, já dizia o escritor Paiva Neto: “o vírus do preconceito agride mais que a doença”.

José Lucas Andrade
Liliane Gomes de Oliveira
Maria Madalena Martins de Lemos

Transou sem camisinha? Saiba como fazer o exame anti-HIV


A Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Este vírus ataca o sistema imunológico do corpo, ou seja, os glóbulos brancos. A AIDS é uma doença pandêmica, uma vez que atinge uma grande quantidade de pessoas de uma mesma região.
Quanto à realização do diagnóstico, o paciente pode realizar 4 tipos de exames para detectar a presença do vírus na corrente sanguínea. Contudo, cada exame difere-se quanto ao grau de complexidade.
O teste ELISA ou teste imunoenzimático é o mais realizado para a descoberta da AIDS. Para detectar a presença do vírus HIV no sangue do paciente, o profissional de laboratório busca por anticorpos contra o vírus no sangue coletado. Ao ser detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, o profissional responsável realizará um segundo teste, chamado teste confirmatório.  Uma vez que existem determinadas situações na qual o exame pode ser alterado. Pois, pessoas que sofrem de doenças como artrite reumatoide, doença autoimune ou câncer, podem apresentar anticorpos similares ao da AIDS e, desse modo, obter um resultado equivalente ao do vírus HIV. Caso o resultado do segundo teste seja positivo, o paciente será orientado para iniciar o tratamento.
Outro teste utilizado em laboratórios é o teste Western blot. Contudo, a técnica utilizada possui um custo muito elevado. Logo, é pouco utilizado pelos hospitais públicos. Em contrapartida, em alguns laboratórios, ele é empregado como teste confirmatório, graças ao seu grau de precisão quanto ao diagnóstico do paciente.
Nessa instância, o teste consiste na análise de fragmentos do vírus HIV no sangue do paciente. Assim, as proteínas (antígenos) do vírus são fixadas em uma membrana (em formato de tira) de nitrocelulose. Ao entrar em contato com o soro ou plasma do paciente infectado pelo vírus HIV, a tira de nitrocelulose sofre uma mudança de coloração. Diante disto, o resultado é fornecido por meio de uma leitura visual pelo profissional de laboratório.
O teste de imunofluorescência indireta, assim como o teste Western-blot, também é um teste confirmatório. Assim como os demais testes, ele permite detectar os anticorpos anti-HIV. Células infectadas com o vírus HIV (portadoras de antígenos) são adicionadas ao soro ou plasma do paciente. Após uma série de procedimentos, são adicionados diferentes tipos de reagente. Diante disto, o resultado do exame é fornecido por meio de uma leitura em um microscópio de imunofluorescência.
Além de todos os testes citados acima, existe o teste rápido. Este teste utiliza a mesma técnica dos outros, porém, não emprega procedimentos biotecnológicos tão complexos. O teste rápido detecta os anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente, sendo ele muito utilizado nos postos de saúde pelo seu baixo custo. Como também, pelo fato de que o seu resultado sai em até 30 minutos, podendo ser realizado no momento de uma consulta.

José Lucas Andrade
Liliane Gomes de Oliveira

Maria Madalena Martins de Lemos

Tudo o que você precisa saber sobre a AIDS e o vírus HIV




A AIDS é considerada um dos maiores problemas da atualidade. Tanto por atacar ao mesmo tempo muitas pessoas de uma mesma região, quanto pela gravidade da doença. Dentre as DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ela é a mais grave. A infecção se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico. Ele destrói os glóbulos brancos, enfraquecendo o sistema de defesa do organismo.
Na maioria dos casos, a forma de transmissão do vírus HIV é por relações sexuais. Pois, durante a relação sexual desprotegida, ou seja, sem o uso do preservativo, há a possibilidade de uma pessoa contaminada através da sua secreção, ou esperma, transmitir o vírus para o seu parceiro ou para a sua parceira. Se esse esperma ou secreção estiver contaminado com o vírus HIV, cairá na corrente sanguínea da pessoa sadia e começará a se multiplicar. Ao mesmo tempo em que ele se replica, ele mata as células de defesa. Dessa forma, o paciente diminui a capacidade da sua resistência imunológica de se defender contra doenças comuns. Assim, uma gripe pode provocar a morte da pessoa infectada.
Quando o paciente adquire o vírus através de uma relação sexual, existe um período denominado de janela imunológica, que é aquele período em que o paciente está infectado, mas ainda não aparecem os anticorpos nos exames de laboratório. Esse período dura entre 60 a 90 dias. Dessa forma, o paciente só vai saber se está infectado a partir de dois meses da relação sexual desprotegida.  Se nesse período, essa pessoa que foi contaminada se relacionar sem camisinha com outras pessoas, poderá transmitir o vírus, mesmo não sabendo que é portadora.
Logo que uma pessoa acaba de ser infectada pelo vírus HIV, o sistema imunológico começa a ser atacado pelo vírus no período de duas a seis semanas, fase chamada de infecção aguda. Nesta fase podem aparecer sintomas parecidos com o da gripe, como febre, dor de garganta, náuseas e vômitos. Tempos depois o paciente entra em uma fase silenciosa, pois ele não sabe que é portador do vírus, não possui sintomas, porém ele é potencialmente capaz de transmitir o vírus HIV.
Em contrapartida, ter o vírus HIV ou ser soropositivo não significa possui a doença AIDS. Existem muitos infectados que possuem anos sem desenvolver a enfermidade. Geralmente, os sinais levam muito tempo para aparecer, por isso deve-se fazer o teste anti-HIV. Quanto mais cedo descobrir o diagnóstico, maior será a qualidade de vida desse paciente. Dessa forma, o médico poderá entrar com a medicação na data certa e propor a pessoa uma melhor qualidade de vida.
A AIDS é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, homens, mulheres e até crianças que podem adquirir o vírus na gestação ou até na amamentação.  Porém, para evitar o contágio, já existem tratamentos muito eficazes. Para que isso ocorra, os cuidados devem ser tomados desde o pré-natal. Antigamente, um casal soropositivo, ou seja, pessoas infectadas com o vírus HIV, não poderiam ter filhos. Contudo, com o avanço da ciência, o casal pode engravidar e, em grande parte dos casos, não transmitir o vírus para a criança. Em contrapartida, para que isso ocorra, a mulher deve ser encaminhada para um centro de referência, realizar seus exames e, dessa forma, ser acompanhada por um médico infectologista.
Diante disso, a gestante soropositiva faz uso dos medicamentos antirretrovirais, que não fazem mal alguma para o bebê, como também, para mãe. Uma vez que, esse fármaco irá impedir que o vírus infecte a criança. Quando a mulher entra em trabalho de parto, ela recebe no soro a medicação antirretroviral. Desse modo, assim que o bebê nasce, ele é levado para o berçário e lá começará a tomar uma medicação específica. Essa medicação deve ser aplicada até os 18 meses de vida.

Portanto, a mãe deve ser orientada a não amamentar o recém-nascido e a lactação deve ser inibida. Substitutos do leite materno devem ser instituídos na alimentação do bebê. Caso a gestante cumpra todas essas etapas, do pré-natal até os 18 messes de vida da criança, a chance de que haja a transmissão do vírus HIV da mãe para o filho, ou seja, verticalmente, é próximo de 0%. A AIDS não tem cura, contudo, o Sistema Único de Saúde oferecem mecanismos capazes de fazer com que tenhamos uma melhor qualidade de vida. 
José Lucas Andrade
Liliane Gomes de Oliveira
Maria Madalena Martins de Lemos