terça-feira, 21 de abril de 2015

Leucocitose com presença de blastos


A Leucocitose é definida como um aumento na quantidade de leucócitos na circulação sanguínea. É um achado comum em uma grande variedade de doenças, benignas e malignas. A análise cuidadosa da contagem global e das características morfológicas são muito importantes para guiar um melhor diagnóstico e acompanhamento médico.
Presença de blastos
O principal diferencial numa lâmina com blastos é leucemia aguda, mas outras condições podem ser associadas com blastos circulantes. A presença de mais de 20% de blastos no sangue periférico é diagnóstico de leucemia aguda, porém uma baixa contagem de blastos não a exclui. O primeiro passo na análise é examinar as características específicas das linhagens dos blastos, ou seja, se são de origem mieloide ou linfoide.

Linfoblastos



Linfoblastos apresentam uma gama de aparências, desde pequenos e médios com citoplasma escasso e cromatina condensada, a grandes com citoplasma abundante, moderadamente azul ou azul acinzentado e cromatina frouxa com nucléolos proeminentes. O núcleo pode ser redondo e regular ou convoluto e irregular. Pode haver vacúolos citoplasmáticos, e raramente, grânulos.

Mieloblastos



Mieloblastos tendem a ser maiores, com citoplasma abundante. Se tiverem diferenciação mínima, podem ser similares aos linfoblastos. A presença de bastões de Auer e grânulos citoplasmáticos sugerem fortemente uma diferenciação mieloide. A leucemia promielocítica aguda com translocação t(15;17) é associada com células hipergranulares e


Bastões de Auer.


Uma contagem baixa de blastos pode ser encontrada em neoplasias mieloides crônicas, como síndromes mielodisplásicas, neoplasias mieloproliferativas e a sobreposição das duas.
Danos à medula óssea ou infiltração por fibrose, infecção e metástases podem ser associadas com células circulantes imaturas, incluindo blastos e eritroblastos (leucoeritroblastose).
Vale ressaltar que há considerável sobreposição de morfologias entre linfoblastos e mieloblastos, e que somente a morfologia pode não ser definitiva, sendo necessários exames mais complexos, como a imunofenotipagem e biologia molecular, para um diagnóstico preciso.

D. S. CHABOT-RICHARDS, T. I. GEORGE. Leukocytosis. Int. Jnl. Lab. Hem.2014, 36, 279–288

Nenhum comentário:

Postar um comentário