A Leucocitose é definida como um aumento na quantidade de leucócitos na
circulação sanguínea. É um achado comum em uma grande variedade de doenças,
benignas e malignas. A análise cuidadosa da contagem global e das características
morfológicas são muito importantes para guiar um melhor diagnóstico e
acompanhamento médico.
Presença de blastos
O principal diferencial numa lâmina com blastos é leucemia aguda, mas
outras condições podem ser associadas com blastos circulantes. A presença de
mais de 20% de blastos no sangue periférico é diagnóstico de leucemia aguda,
porém uma baixa contagem de blastos não a exclui. O primeiro passo na análise é
examinar as características específicas das linhagens dos blastos, ou seja, se são
de origem mieloide ou linfoide.
Linfoblastos
Linfoblastos apresentam uma gama de aparências, desde pequenos e médios
com citoplasma escasso e cromatina condensada, a grandes com citoplasma
abundante, moderadamente azul ou azul acinzentado e cromatina frouxa com
nucléolos proeminentes. O núcleo pode ser redondo e regular ou convoluto
e irregular. Pode haver vacúolos citoplasmáticos, e raramente, grânulos.
Mieloblastos
Mieloblastos tendem a ser maiores, com citoplasma abundante. Se tiverem
diferenciação mínima, podem ser similares aos linfoblastos. A presença de
bastões de Auer e grânulos citoplasmáticos sugerem fortemente uma diferenciação
mieloide. A leucemia promielocítica aguda com translocação t(15;17) é associada
com células hipergranulares e
Bastões de Auer.
Uma contagem baixa de blastos pode ser encontrada em neoplasias
mieloides crônicas, como síndromes mielodisplásicas, neoplasias
mieloproliferativas e a sobreposição das duas.
Danos à medula óssea ou infiltração por fibrose, infecção e metástases
podem ser associadas com células circulantes imaturas, incluindo blastos e
eritroblastos (leucoeritroblastose).
Vale ressaltar que há
considerável sobreposição de morfologias entre linfoblastos e mieloblastos, e
que somente a morfologia pode não ser definitiva, sendo necessários exames mais
complexos, como a imunofenotipagem e biologia molecular, para um diagnóstico
preciso.
D. S.
CHABOT-RICHARDS, T. I. GEORGE. Leukocytosis. Int. Jnl. Lab. Hem.2014,
36, 279–288
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